.
.
.
A hora da partida soa quando
escurece o jardim e o vento passa,
estala o chão e as portas batem,
quando a noite cada nó em si deslaça.
.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
como se tudo nelas germinasse.
.Soa quando no fundo dos espelhos
me é estranha e longínqua a minha face
e de mim se desprende a minha vida.
..
[Sophia de Mello Breyner]
[Foto: Claudio Naboni]
.
.
.
5 comentários:
Sophia de Mello Breyner teve o grande dom de transmitir sensações tão reais como as de este poema.
Sempre detestei as horas da partida. Sempre me causaram grande sofrimento e imensa anciedade.
Hoje em dia tenho tido poucas, mas continuam a desprender a minha vida de mim...seja para ficar com quem fica ou para partir com quem vai.
ou para nos partir aos bocados... beijinho :)
outro para ti, diana!
Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz
Charles Chaplin
um bjo
muito bonito o poema :) *
Enviar um comentário