trago-te comigo na emenda dos dias
construo sorrisos sobre a linha dos teus cabelos
mapas de momentos felizes
na imagem do teu corpo
sobre a minha pele
numa viagem de ilusões
Tenho aquela que me olha e que olho
e misturamo-nos como brisas e
silêncios e digo tenho aquela que
me vê e ela olha-me e tudo o
que somos é uma partilha uma
mistura e digo diz e aquela que
tenho beija-me num olhar e num
silêncio que não posso dizer
[José Luís Peixoto]
[Fotos: katia chausheva]
14 comentários:
Agradeço-te pelos elogios, no Blogue das Artes. Agradável descoberta, este teu espaço.
"construo sorrisos sobre a linha dos teus cabelos". Sublime.
Um amigo meu diz, e eu subscrevo totalmente, que Peixoto é o Pessoa deste século. Um Pessoa menos misógino, na medida em que não teme mostrar todas as suas vulnerabilidades emocionais.
Gostei do teu blog, voltarei aqui em breve.
Beijinhos!
Vitor:
Não precisas de agradecer. Foram palavras sinceras.
Maria:
Nunca tinha pensado nas coisas dessa forma, feito essa comparação. Mas acho que concordo totalmente. E sabes que até gosto mais do Peixoto do que do Pessoa (e olha que gosto muito dele). É mais informal, mais intenso e sim, mostra mais as suas vulnerabilidades, logo mostra-se mais :)
Obrigada pela visita. Aguardo então o teu regresso! :)
Já tenho dito um pouco por toda a parte que o José Luís Peixoto é muito mais feliz na poesia do que na prosa (para mim, óbvio). O que aqui nos deixaste é muito bom. E o sentimento que ele transmite.
bj
Abssinto:
Eu acho que ele é muito bom nas duas coisas, porque escreve em prosa, a poesia continua lá - falta apenas a forma. Mas é também só a minha opinião, claro :)
Beijo!
Lindo:)
Adorei...ainda bem k voltas-te confesso que ja tinha muitas saudades destes teus posts doces e que nos fazem voar para outras dimensões..
Beijo**
ai... andreia e peixoto no esplendor da doçura... sabes o que isto me faz lembrar? sabes, sabes? :D uma certa tarde soalheira de domingo na melhor companhia e aquela voz a embalar duas crentes que foram em busca do homem por detrás das palavras... e que surpresa tãoooooo boa! :)
beijinho grandeeeee*
o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
José Luis Peixoto
Mas que belo blogue descobri hoje, excelente qualidade!
Líndissimos textos e imagens de bom gosto, parabéns e continua!
Descobre-me (também) aqui: http://avidairresistiveldepedro.blogspot.com/
Beijos,
Pedro José :)
Obrigada por me adicionares aos links, também já estás na minha lista de visitas habituais :)
Beijinhos
É óbvio que o que o JLP escreveu saiu da alma. Só assim é possível atingir a beleza.
Beijo, menina dos olhos d´água.
Por entre o luar:
Outro para ti! :)
Vanessa:
Sim, foi uma confirmação tão boa! E não te fará lembrar também o livro que me emprestaste? ;) Eh eh eh!
V.:
Ai... Não sabes o significado que esse excerto tem para mim..........
Pedro:
Obrigada! Já te visitei. E agora vou adicinar-te aos meus links :)
Maria:
:)
Postscriptum:
Sim, ou ele não seria o escritor que é!
Um beijo grande a todos!
A cumplicidade das sensações.
Frémito exalados em sentires.
Belo!
Bjs.
Mateso:
Obrigada querida! Beijinho!
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