'Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! E eu acreditava. Acreditava porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis'

11 dezembro, 2008

O tempo, o castrador do amor

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Chama-se amor a isto:
beber horas roubadas,
no receio constante
de que alguém as descubra
. . . . . (assim se tem cadastro!);
morder com pressa
a polpa dos minutos,
sem lhes sorver o sumo,
sem lhes tirar a casca
. . . . . (assim se apanham úlceras!);
ter este modo brusco
de engolir os segundos,
como se fossem cápsulas
de qualquer barbitúrico
. . . . . (assim se morre às vezes!)
O culpado: este cão
que trazemos bem preso,
todo agarrado ao pulso,
e a que chamamos Tempo.
. . . . . (sempre a ganir de susto.)
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David Mourão-Ferreira
[Imagem: Lina Scheynius]
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9 comentários:

V. disse...

:)

beijo*

Chá de Canela disse...

Aiiiiiiiiii
Este post matou-me...deu cabo de mim!...Como o senti!..Tão bonito!
Beijinhos

Patrícia Mota disse...

Andamos sempre a correr com medo de perder alguma coisa e, as vezes o que perdemos esta nas partes da vida que passamos a correr.

Anónimo disse...

Aii este Mourão Ferreira..:)

Andreia disse...

:) se ainda não leste, tens que ler este livro. beijinhos.

gaivota, às vezes nem é tanto o medo de perder alguma coisa, são antes as regras sociais que nos fazem trabalhar... por mim, dedicava-me à criação de patos e crianças. :))) beijinhos.

eu sei, borboleta. :) lembra-me as nossas conversas maravilhosas. beijinhos.

:) to you too. kiss

joão marinheiro disse...

David, foi professor do pai, por isso desde novo lhe bebo as palavras.O tempo, esse inimigo do amor...

Andreia disse...

também joão, também. beijinhos.

Anónimo disse...

"morder com pressa
a polpa dos minutos,
sem lhes sorver o sumo,
sem lhes tirar a casca"

LINDO! Grande David Mourão Ferreira...!

Viva à possibilidade de saborear a polpa dos minutos... :)

Andreia disse...

é mesmo isso! nem que seja de forma apressada, ainda bem que há essa possibilidade :) *

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