'Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! E eu acreditava. Acreditava porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis'

05 junho, 2008

A teoria do chupa-chupa

Alina Manolache

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As coisas estranhas que te acontecem. Compras um chupa-chupa em forma de coração, colorido e gigante numa manhã de sol para celebrar qualquer coisa que ainda desconheces. Tiras o plástico, reparas que as cores condizem na perfeição com o teu vestido e no exacto momento em que ele se começa a desfazer na tua boca percebes que não há forma de escapar. Quando mais um coração for aconchegado, menos hipóteses tem de sobreviver. Porque tudo se desgasta. Tudo se consome. Percebes, por isso, que os grandes amores são acontecimentos com datas de fim marcadas a vermelho no calendário intermitente da vida.

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[Foto: Alina Manolache]

14 comentários:

Queen Frog disse...

ai menina...q post tão forte!

verdades_e_poesia disse...

Sim as intermitências da vida. Acho que já coloquei no meu blog um post com esse nome - intermitências... Assim se cosem as linhas da vida. Beijo

~pi disse...

não sei...não sei: mas

creio que há de ser

[ que é

doutro

modo ~

sombra_arredia disse...

Os grandes amores..são antes sangue feito coágulo...

efvilha disse...

Olá.

É por essas e tantas outras incertezas que acabo de criar meu novo blog: Equilíbrios Provisórios.
E fiquemos com Vinicius de Moraes quando diz que seja o amor eterno enquanto dure.
Porém, de tudo há que se aceitar, ou lamentar, que o que restam são corações carmins. Uns tantos assim o são por outras paixões, outros tantos por suas dores. O meu o é pelas duas razões.

Beijo de Paz, em ti.

V. disse...

a esta frase:

Quanto mais um coração for aconchegado, menos hipóteses tem de sobreviver.

apetece-me contrapôr esta (sim, eu de vez em quando sou do contra! :p):

Morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma.


(João Cabral de Melo Neto)

e saio daqui com uma verdade das tuas (será a sétima?!): estas reflexões matam-me mesmo! :D

beijinho menina* (já guardaste a caneta vermelha e esqueceste o calendário?) =)

Mateso disse...

Apenas o coração num se derrete.. gasta-se mas tão lentamente como a vida é o seu companheiro em compasso.
Bj.

R. disse...

eu ainda creio num grande amor,sem calendário no coração**

um beijinho

Anónimo disse...

Para ter tido um começo tão feliz...a conclusão final mata-me!...
E se se tentasse não aconchegar o coração de uma só vez...mas aos bocados?;)
Beijinhos

Andreia disse...

canelita: mas eu não tento... :) as conclusões são quase sempre más, porque são finais... Beijinho menina!

vertigo: não sei se é o coração que tem calendário, se a vida, ou se nós, por uma questão de sobrevivência... Mas ainda bem que acreditas! Acho que se é mais feliz assim... :) Beijinho!

mateso: é isso mesmo... Beijinho.

vanessa: a menina anda muito do contra! :D Segundo o texto, se esquecesse o calendário acho que esqueceria a própria vida... Mas sim, acho que ando a precisar de morrer um bocadinho... :) Beijinho.

efervilha: Olá! Bem-vindo. e sim, que seja eterno enquanto dure! Beijinho.

Andreia disse...

Sombr|A|rredia: e é outras coisas. porque o amor tem muitas definições :) Beijinho

~pj: I hope so... Beijinho

verdades_e_poesia: :) Beijinho

Queen Frog: :) thanks. kisses!!!

Ana disse...

:) soa-me tão mais verdadeiro isto que o "para toda a vida".
o instante é eterno, e isto é uma verdade.

inicio
fim
recomeço [sempre, sem medo]

belo conjunto de palavras Andreia;)

Andreia disse...

ana, obrigada :) sim, o "para toda a vida" infelizmente também não me soa muito verdadeiro...
beijinho.

Xinha disse...

Olá !


Palavras sinceras escritas de uma forma intensa.

Lindo este teu post.

Xi-coração

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