às vezes não sabia porque insistia em esperar de mãos abertas. sabia que o dia acabaria por ser assim: os mesmos sorrisos e abraços de sempre (os que a iam salvando dos afogamentos diários) e as mesmas faltas de vontade do passado. sabia que tinha construído um muro alto à sua volta. não que quisesse a mesa vazia. desejava apenas ver se alguém se esforçaria por transpô-lo. egoísta da sua parte, sabia. mas tinha-se cansado de correr todos os dias. desta vez tinha dito a si própria que esperaria de braços cruzados na bancada do dia.
mas Maio revelou-se triste, choroso e frio.
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[Foto: Guilherme Santos]