'Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! E eu acreditava. Acreditava porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis'

16 abril, 2008

After love, loneliness

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"Porque não estás aqui?", era a sua pergunta sem destinatário concreto ou conhecido, feita ao vazio e no vazio, na consciência de que nunca ninguém estaria ali, de que ali nunca haveria ninguém para vir ter com ela num tempo menos efémero, que a sua ruptura da noite teria de se fazer como até então, ao sabor das fomes repentinas e de encontros avulsos, de insatisfações permanentes e de aventuras sem compromisso, de fulgores precários e de breves epifanias como as do fogo-de-artifício a enrendarem-na no fio de Ariadne interminável que ela assim desenrolava no seu próprio labirinto e nunca a nada poderia prendê-la e nunca a ninguém haveria de indicar qualquer espécie de caminho que lhe dissesse respeito.
Foi o fim da madrugada, quando tomava o chocolate quente da praxe com os Silveira Pimentel, que Monique decidiu que afinal ficaria no Porto e que o Porto passaria a ser o seu tédio e a sua solidão insatisfeita.
[Vasco Graça Moura]
[Foto: Nat]

7 comentários:

V. disse...

bibó porto... tá? :D

a sério... num dia de despedidas disseram-me que quem faz as cidades são as pessoas. porto, lisboa, braga, aveiro... são só lugares. as pessoas levámo-las connosco. nem que seja para o fim do mundo... :) e como tu tão bem me dizes às vezes: as distâncias encurtam-se. e no fundo, no fundo, todos nós sabemos que ninguém quer acreditar nesses fulgores precários. que desaparecem à primeira contrariedade. mais cedo ou mais tarde o nevoeiro desaparece e o caminho que nos diz respeito aparece-nos à frente, já ensolarado... :) até lá, é favor não cair no tédio! eheheh!

há que fazer por isso, mas... good things come to those who wait. e ainda mais a quem sabe esperar. eu acredito. (secretamente, mas acredito!) :p [ agora fiquei com saudades da minha cidade emprestada, menina... ai ai! :D ]

beijinho* [ foto de cortar a respiração... ]

Mateso disse...

Tudo na vida, minha querida, tem um tempo. O tempo de ser feliz, é tempo
ansiado, sonhado e quase escapado. Por vezes, ele tempo, está dentro de nós, e ironia , foge-nos porque o deixamos ir-se. Agarra a tua madrugada porque dela se fará dia, acredita.
Não é paternalismo, mas antes vida já vivida! ( espero que não te zangues!)
Bjinho.

Por entre o luar disse...

:) passei so mesmo para deixar um enorme beijinho*

sOrrisinho=P

CNS disse...

Haverá alguma solidão satisfeita?
:)

Um beijo grande

V. disse...

ladytron!!! weeeeeeeeee! :D *

sombra_arredia disse...

Belo, belo :)

Andreia disse...

Sombr|A|rredia: De um livro também belo :) *

Vanessa: O Porto é uma nação, sempre!!! eheheheh.
Eu digo isso? hmmmm. Tenho que pensar melhor no que às vezes me sai por esta boca fora! :D O que eu acho é que há coisas que têm um lugar e que fora dele morrem. Por muito que queiramos tornar os quilómetros curtos, precisam de tempo e de espaço.
[Qual delas é a cidade emprestada? Agora fiquei confusa...] Beijinhooooo

cns: Acho que pode ser satisfeita quando é procurada :) Beijinho!

Por entre o luar: Outro!! ***

Mateso: Não me zango, claro que não :) Sabes que acredito que é mesmo isso. Deixamos fugir o tempo [os momentos felizes] porque não estamos predispostos a ficar com ele... Beijinho grande

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