'Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes! E eu acreditava. Acreditava porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis'

30 março, 2007

Canção de amor da jovem louca


Cerro os olhos e cai o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos para a cama,
Cantaste-me para a loucura,
beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Tomba Deus das alturas;
abranda-me o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a Primavera retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior da minha mente.)

Sylvia Plath

Foto: Sérgio Redondo

(Hoje estou assim... Deve ser das nuvens, da chuva...)

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